As
duas pacientes receberam o tratamento com medicamentos antirretrovirais
que combate o vírus quando iniciada em até 48 horas após o contágio
Ônibus lotado são os principais alvos |
Duas mulheres dizem ter sido contaminadas com o vírus HIV
dentro de ônibus do transporte coletivo de João Pessoa. Em um dos casos, após
furar a vítima, o homem que estava com a seringa teria dito ao telefone:
“Pronto, acabei de furar mais uma”. Desesperadas e pedindo ajuda, as mulheres
foram encaminhadas ao Hospital Clementino Fraga, onde receberam o tratamento de
profilaxia, que combate o vírus.
O caso em questão, de acordo com o Código Penal, se
configura lesão corporal grave, com pena que varia de dois a oito anos de
reclusão. As mulheres não procuraram a polícia para registrar queixa. As
revelações sobre o contágio da AIDS em ônibus da capital foram feitas pela
diretora Adriana Teixeira, que responde pelo Clementino. Segundo ela, as
mulheres não se conhecem e procuraram ajuda individualmente, em semanas
distintas. “Muitas pessoas pensam que isso é brincadeira, mas cabe o alerta. As
duas mulheres sustentam a tese de que foram furadas dentro do ônibus, sem que
tivessem chance de defesa”, afirmou.
De
acordo com o médico infectologista Fernando Chagas, o primeiro caso foi de uma
mulher de aproximadamente 40 anos. “Ela disse que estava no ônibus lotado e de
repente sentiu uma furada nas costas. Ao olhar para trás, viu um rapaz, de pele
morena, falando ao telefone que tinha acabado de furar mais uma”, explicou o
médico. Segundo ele, a paciente disse que no momento que recebeu a furada deu
um grito, chamando a atenção dos demais passageiros, mas ninguém interviu. Em
seguida ela desceu do ônibus, chorando e muito nervosa. Uma semana depois, o
médico atendeu a segunda mulher, esta com cerca de 30 anos. “Ela disse que
estava no ônibus quando sentiu a furada. Tomou um susto e gritou. Assustada,
desceu e foi para o Clementino Fraga, com medo de ter sido contaminada”,
explicou o médico. Segundo ele, a mulher ficou desesperada, mas não deu
detalhes sobre o caso, disse apenas que na rua, ao contar a situação, foi
orientada a procurar o Clementino.
As
duas pacientes receberam o tratamento com medicamentos antirretrovirais que
combate o vírus quando iniciada em até 48 horas após o contágio. Os remédios
devem ser tomados por 28 dias seguidos. Depois disso, é preciso refazer o
teste. O 'carimbo da Aids' foi assunto abordado recentemente pelo 'Fantástico',
da Rede Globo. A reportagem denunciou grupos que estavam compartilhando o vírus
propositalmente – por isso a associação ao carimbo.
Fonte: Jornal da Paraíba
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